Novos cantores da fé estão tocando e cantando nas igrejas, nos palcos, no rádio, na televisão. Tentam levar o seu canto às comunidades. Quem lê as letras e ouve as melodias sabe que ainda falta abrangência, pesquisa, estudo e catequese renovada.
Um dia, se conversarem mais e se, nas mais diversas dioceses e regiões do Brasil, todos se encontrarem orientados por professores de teologia e catequetas de todas as linhas e carismas, eles poderão ajudar a evangelizar o país com o seu canto. Agora, o tema louvor tem incidência de 10 a 1 sobre os outros temas da canção religiosa. Os outros temas da fé não são abordados. Meu sonho é ver esta mudança. Não peço menos louvor. Peço mais canções de exortação, de misericórdia, de direitos humanos, de família, de solidariedade.
Se os novos cantores da fé ainda me ouvissem, é isso o que lhes pediria. Poriam em suas mãos, além da Bíblia e dos teólogos do nosso tempo, as encíclicas dos papas desde Pio XII a Bento XVI, os documentos do Vaticano II, Medellín, Puebla, Santo Domingo, e outros que vierem, mais as declarações dos bispos brasileiros. É isso que faria. Alargaria os seus horizontes católicos para fazerem canções que abordassem uns duzentos temas, além do louvor que liberta. É que aqueles temas também libertam!
Agora, porém quando esses jovens compositores me ouvem falar disso, acolhem-me com um sorriso de compaixão. Devem achar que estou por fora da realidade católica do país e do mundo! Não acreditam que exista coisa mais urgente do que cantar o louvor!
Respondo que se os papas pensassem o mesmo, não teriam escrito tantas encíclicas sobre as dores e as esperanças do mundo e da Igreja!… As maiorias das canções católicas dos últimos vinte anos não repercutiram o que os papas disseram. Acentuaram apenas o louvor!
Procuram-se cantores que cantem um canto novo de solidário!
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